terça-feira, 4 de setembro de 2012

Contos Beatlemaníacos: Como tudo começou...Beatles


Não lembro exatamente dia e mês em que tudo entre nós 5 começou, mas lembro-me perfeitamente que foi no ano 2000, ano em que se recordavam os 20 anos da morte de Lennon. Eu, uma criança de apenas 10 anos, vi, na televisão, que o "cara que matou john lennon" poderia ser solto. Não sei como foi, mas aquela notícia mexeu comigo e me fez querer conhecer alguma coisa desse John Lennon. E, na época, tinha uma estação de rádio que tocava She Loves You, só o refrão, mas o suficiente para eu achar instigante aqueles "yeah, yeah, yeah". Eu era 5ª série e pedi de aniversário um cd dos Beatles de presente. Graças a Deus meus pais me deram um cd mesmo, foi a Trilha Sonora do Yellow Submarine. Acho que não poderia ter começado melhor. Por sorte também, pouco depois houve uma semana toda dedicada a Beatles num programa e eu gravei ele todos os dias. E naquele tempo os Beatles pra mim eram: “Paul Macartney”, “Jon Lennon”, “Jorge Harison” e “Gringo Star”. Eram os nomes que eu ouvia no mini-documentário.

Todos os domingos eu acordava e ia pro rádio colocar o cd pra tocar. Hey Bulldog era mágica nos meus ouvidos, aqueles gritos e berros eram muito loucos. Até hoje esse disco tem mais valor pra mim do que alguns outros, pois foi meu primeiro contato real com eles.

Em seguida, comprei alguns vinis e passava as manhãs de sábados ao lado da radiola, ouvindo e virando os discos. Era fantástico. Um pouco estranho pra uma criança de 11 anos. Foi quando cansei de somente ouvir as músicas e comecei a estudar inglês, querer traduzir as letras. Ainda não era o bastante, eu queria interagir com eles. Qual foi a medida escolhida? Aprender a tocar violão e acompanhá-los. Feito. Em março de 2001 eu estava com meu violão e aprendendo, tendo como primeiros professores George, Paul e John.

E um dos piores momentos pra mim foi quando soube da morte de George, pois fazia pouco mais de um ano que tinha os Beatles como referência total pra mim. Só escutava suas músicas, nenhuma outra banda era boa ou, no mínimo, audível. Quando naquela manhã meus pais me falaram e eu chorei muito. Ao chegar à escola todos sabiam, afinal eu era o único garoto da 6ª série que gostava daquela banda antiga que cantava "imagine". Todos até hoje ligam os Beatles a minha pessoa. Sempre que passa uma matéria, uma reportagem, novidade, qualquer coisa sobre Beatles, sempre tem alguém para me ligar e avisar. É incrível.

Não sei como eu seria se não tivesse encontrado os Beatles, pois muitas das coisas que vivi tenho certeza que vieram depois daquele dia em que eu ouvi que Mark seria solto. Começar a ouvir, estudar inglês, desejar ser músico, ter minha própria banda, conhecer mais e mais pessoas e encontrar a garota que eu amo, Joyce Layane, que também gosta, foram as grandes contribuições que sempre vou agradecer a “Jon”, “Jorge”, Paul e “Gringo”.

Mário Clemente estuda engenharia, é guitarrista e vocalista da banda The Silvers.